domingo, 1 de novembro de 2009

Uma história que sempre parece bem real

Foi tudo muito rápido. Quando o tipo puxa da arma, eu reago por instinto, agarro o cano, tentando afastá-lo de mim. O estampido seco ecoou dentro do táxi.
A bala sai e rasga a minha mão e segue em direcção ao meu peito. Meus olhos arregalados registam tudo em câmera lenta, quadro a quadro. Minha vida toda passa pela cabeça: a infância, as brincadeiras, a escola, as namoradas, etc...

A camisa fica de imediato manchada de sangue, sinal que algum órgão vital foi atingido.
Fico consciente ainda por algum tempo, o suficiente para ouvir o protesto do assaltante por eu ter reagido. Não queria disparar, diz ele.

Lentamente, perco a consciência. A visão fica turva, já não penso em mais nada. Tudo fica escuro e quieto. O meu peito já não dói. Sozinho dentro do táxi, eu pareço ter chegado ao fim.
Foi quando algo aconteceu: um beijo. Mais do que um beijo, boca-a-boca. Alguém sopra ar para os meus pulmões. Um sopro de vida, literalmente! Em seguida, outras pessoas chegam, ligam para o 112. A ambulância estava a caminho. Ainda vejo as luzes e ouço a sirene, mas já é tarde. A morte. FIM.

Felizmente, isto é uma história ficticía, mas que me passa muito pela cabeça.

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